Trabalho
elaborado por MAMORU ABE (Voluntário sênior da JICA para a
comunidade nikkei)
3)
Pressão entre arremessador e batedor no jogo real
a)
O arremessador pressiona o batedor
Para
descobrir as características do batedor, nada melhor do que assistir
previamente ao treino da equipe adversária. Mas se prestar atenção
aos mínimos detalhes, como o modo de girar o bastão antes de entrar
no “batter’s box”, a postura que toma enquanto aguarda o
arremesso, o posicionamento
no “batter’s box”, etc., será possível imaginar mais ou menos
as suas características.
Há
exceções, mas como tendência geral temos o seguinte:
1)
Batedor que se posiciona colocando o pé da frente na direção do
canto externo
É
o batedor que se posiciona próximo à linha do “batter’s box”
(“closed stance”). Tem mais facilidade (é “forte”) para
rebater as bolas que vêm entre o centro e os cantos externos da
base, e
tem como ponto fraco os arremessos colocados no canto interno (“in
corner”) superior e no canto externo (“out corner”) inferior.
Se ele, posicionando-se dessa forma, tiver a intenção e a técnica
para rebater os
arremessos colocados no
canto interno, em direção ao jardim direito (“rightfield”),
essa bola rebatida alcançará longa distância. Recomenda-se atacar
o ponto fraco com “shoot” (bola que aumenta de velocidade quando
se aproxima do batedor) e “curve” (bola que faz curva quando se
aproxima do batedor).
2)
Batedor que se posiciona abrindo o pé da frente, movendo-o para trás
O
batedor que se posiciona dessa maneira (“open stance”) é “forte”
em bolas colocadas no canto interno e nas bolas com efeito, mas é
“fraco” nas bolas rápidas direcionadas ao canto interno superior
e ao canto externo inferior. As bolas colocadas no canto externo,
muitas vezes, são rebatidas só com a força dos punhos.
Sendo
assim, as bolas altas devem ser rápidas e as bolas baixas, rápidas
ou “curve”.
3)
Batedor
que se posiciona, inclinando o corpo sobre o “home plate”
Tem
mais facilidade
para
rebater as bolas colocadas entre o centro e o canto interno, mas não
para rebater as bolas que vêm no canto exterior inferior. Assim,
para o canto externo inferior, arremessar bolas rápidas, “curve”
e “slider” (bolas mais rápidas que “curve”), e para o canto
interno, bolas rápidas para fora da zona de “strike”.
4)
Batedor
que se posiciona longe do “home plate”
Rebate
habilmente para a direção contrária a bola que vem no canto
externo. Por
isso, deve-se pressionar o canto interno com arremessos rápidos,
utilizando, especialmente, bolas com a rotação de “shoot”, e o
canto externo inferior, com “curve”.
5)
Batedor
que segura “curto” o bastão (empunha o bastão com as mãos
afastadas da extremidade do cabo), mantendo-o inclinado
Tem
tendência para ser “forte” em bolas altas, principalmente quando
elas são rápidas. O bastão inclinado facilita o movimento inicial
do “swing”, e permite rebater bolas rápidas e “rise”. Por
outro lado, são poucos os batedores que conseguem rebater bolas
“drop” baixas.
6)
Batedor
que segura “comprido” o bastão (empunha o bastão com as mãos
encostadas na extremidade do cabo), mantendo-o na posição vertical
Como
segura o bastão na posição vertical, leva tempo para movimentá-lo
até o “meet point” (ponto de contato da bola com o bastão) em
bolas altas, sendo, por isso, pouco hábil para rebater esse tipo de
bola. Mas tem tendência para ser um bom batedor de bolas rápidas
baixas e “drop”. Sendo assim, será melhor enfrentá-lo com bolas
rápidas altas no canto interno ou com bolas “curve” e “slider”
baixas.
7)
Batedor
que se posiciona adiantado no “batter’s box”
É
hábil para rebater bolas altas, principalmente as bolas com efeito
(bolas lentas). Ele acha que a bola do arremessador é
comparativamente mais lenta que a sua força para rebatê-la. Por
isso, recomenda-se enfrentá-lo com bolas rápidas baixas no canto
interno, bolas rápidas baixas no canto externo ou ainda com “curve”.
8)
Batedor
que se posiciona recuado no “batter’s box”
Tem
facilidade para rebater bolas rápidas que passam um pouco acima do
cinto. Ele acha que a bola do arremessador é comparativamente mais
rápida que a sua força para rebatê-la. Portanto, recomenda-se
enfrentá-lo com bolas rápidas baixas e “change up” (bola que
muda de velocidade).
9)
Batedor
que empunha o bastão de modo que as segundas articulações dos
dedos da mão superior e as primeiras articulações dos dedos da mão
inferior formem uma linha reta, envolvendo-o com a palma da mão
inferior
É
hábil para rebater as bolas que passam entre o centro e o canto
externo superior,
e como consegue
girar o pulso com força, a bola rebatida é forte e rápida. A
probabilidade de rebater “line drive” (rebatida em linha reta) é
grande.
10)
Batedor
que empunha o bastão segurando-o na extremidade do cabo
Consegue
manusear o bastão com facilidade; por isso, pode sair-se
relativamente bem com qualquer tipo de arremesso. Peca um pouco no
fator impacto.
11)
Batedor
que utiliza bastão com empunhadura fina
Consegue
fazer “swing” de forma a aproveitar o impulso da cabeça (parte
mais grossa) do bastão. Geralmente consegue acertar rebatidas de
longo alcance.
12)
Batedor
que utiliza bastão com empunhadura grossa
Geralmente
prioriza o “meet” (acertar a bola), e consegue rebater da mesma
forma as bolas colocadas em diversos cursos; é hábil para rebater
bolas rápidas.
13)
Batedor
que projeta a parte superior do corpo em direção ao arremessador
É
“forte” contra arremessadores de bolas rápidas que fazem
arremessos sem muita variação, mas muitas vezes não se dá bem com
bolas que vêm caindo próximo aos joelhos ou com bolas com variação
de velocidade.
É
importante também atentar para o “swing” que o batedor faz antes
de entrar no “batter’s box”, pois muitas vezes esse
procedimento permite descobrir o tipo de bola que o referido batedor
rebate com mais naturalidade. Mas há batedor que faz o “swing”
para rebater a bola mais difícil para ele e aquele que o faz
imaginando a variação dos arremessos. A tendência geral é como
foi explanado acima, porém às vezes um batedor muito hábil induz o
adversário a erro com uma postura que contradiz a teoria.
Acreditamos que as jogadoras brasileiras não tenham ainda chegado a
esse nível técnico.